Centro de Ciências da Educação

Profª Vera Lúcia Bazzo

Prezadas/os colegas professoras e professores, estudantes e Servidoras/es Técnico- Administrativos em Educação de nosso CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO,

Como é de seu conhecimento, em função da vacância dos cargos de Diretor e de Vice-Diretor do CED, numa conjuntura de excepcionalidade também conhecida de todas/os, o Magnífico Reitor, no dia 03 de julho de 2017, houve por bem convocar as decanas professoras Vera Lúcia Bazzo e Gilka Elvira Ponzi Girardello para um mandato de diretora e vice-diretora “pro tempore”, respectivamente, com vistas a manter a governabilidade, mas, principalmente, para coordenar o processo de escolha das/dos novas/os diretoras/es do nosso centro para o próximo mandato.

É nesta condição, e conscientes da provisoriedade desta investidura, que nos dirigimos a vocês. Somos duas Professoras Titulares, sêniores, ambas com mais de trinta anos de serviço na carreira docente na Educação Superior na UFSC, nesse momento com projetos claros de gradual afastamento das lides universitárias, mormente daquelas que envolvem a complexa e difícil tarefa de gestão. Estávamos, a bem da verdade, fazendo planos concretos para a aposentadoria, sabendo inclusive dos riscos que tal direito hoje corre, ameaçado pelas reformas que se sucedem rapidamente sob o atual governo.

É deste lugar, portanto, que ambas recebemos e acatamos tal determinação superior. Sabemos, por certo, quanta responsabilidade e trabalho esta inesperada tarefa nos exigirá. Entendemos, porém, que, se este momento é difícil para todas/os, dele só sairemos juntas/os e se conseguirmos superar o clima de tensão e de pouco generoso diálogo que se instalou entre nós após a abertura do processo de escolha da nova direção do CED.

Profª Gilka E. P. Girardello

Assim, ao mesmo tempo em que nos dispomos a postergar por uns meses nossos planos individuais, temos clareza de que só chegaremos a bom termo nessa necessária travessia se formos muitas/os – “mulheres e homens de boa vontade” – a trabalhar em franca colaboração na busca de soluções para as inúmeras dificuldades que estes nove longos meses (de outubro de 2016 a julho de 2017) de difícil convivência foram produzindo durante as sucessivas tentativas de realizar a referida eleição.

Compreendemos que o momento histórico por que o país vem passando não traz exemplos edificantes nem de democracia e nem de boa política, mas, questionamos, não seria aqui, no Centro de Ciências da Educação, o lugar da última fronteira de resistência democrática e de bons exemplos para a juventude cuja formação humana e técnica nos compete acompanhar e ajudar a desenvolver?

O CED hoje tem pressa, mas não uma pressa que atropele as melhores práticas de gestão e de convivência democrática e afetiva. O CED tem a pressa dos bons momentos de discussão entusiasmada, mas generosa e rica em experiências de respeito mútuo e de real busca do bem coletivo. O CED tem pressa de eleger suas/seus novas/os dirigentes, mas não uma pressa que o faça ignorar uma história de mais de trinta anos, ao longo dos quais escolheu oito sucessivas gestões que contribuíram para seu atual e reconhecido “status” entre as melhores instituições congêneres do país. Está, portanto, mais do que credenciado para conduzir com serenidade e competência o processo de escolha de sua próxima direção. Esta, certamente, nossa mais urgente tarefa.

A atual direção “pró-tempore”, então, contando com a colaboração inestimável do Conselho de Unidade e com a compreensão/participação do conjunto das/os companheiras/os (professoras/res, STAs e estudantes) que compõem o CED, compromete-se a envidar todos os esforços que sua experiência e determinada vontade de colaborar lhes disponibilizam para que o nosso Centro de Ciências da Educação retorne, no menor prazo possível, à normalidade, realizando novas eleições e reassumindo na integralidade de seus objetivos o importante papel de centro formador de educadores e de profissionais da área da informação.

Florianópolis, 24 de julho de 2017

Professoras Vera Lúcia Bazzo e Gilka Elvira Ponzi Girardello