Nota de falecimento do ex-diretor do CED Prof. Wilson Schmidt

11/01/2018 17:47

No início da manhã desta quinta-feira chuvosa, 11 de janeiro de 2018, de maneira serena, como ele era, faleceu nosso colega Professor Wilson Schmidt.
Wilsão foi, ao longo de toda a vida, um Educador. Com maiúscula mesmo, porque sempre disposto a escutar e a auscultar todas as pessoas, acreditava que, a cada momento, aprenderia com elas. Era, também, um exímio animador de boas causas, no sentido de ser capaz de mobilizar pessoas e instituições em torno de ideias e de ideais solidários, igualitários e sustentáveis ou ecologistas.
O “Professor”, como muita gente a ele se referia, ingressou no Departamento de Estudos Especializados em Educação do Centro de Ciências da Educação da UFSC quando já tinha uma longa trajetória de atuação em projetos educacionais, assim como em políticas e iniciativas públicas, fossem elas governamentais ou não governamentais. Na maioria das vezes, voltadas à educação, especialmente aquela no campo.
Porque ele era de uma família de agricultores, trabalhou “na roça” quando criança e saiu “do interior” para estudar pela única via possível à época, os seminários de formação de padres. Considerava isso um privilégio e se sentia impelido a retribui-lo.
Começou, jovem, com seringalistas no Acre, e, de retorno a sua terra, mais maduro, prosseguiu com os “colonos” (como ele gostava de chamar os agricultores familiares catarinenses) das Encostas da Serra Geral, “território rural” que ele foi chave para construir e para tornar referência nacional e internacional.
Também trabalhou na administração pública, tendo sido Secretário Municipal de Educação em Tubarão e Secretário-Adjunto de Educação do Estado de Santa Catarina, nos idos dos anos 1980. Na UFSC, ministrou aulas, mas fundamentalmente, inspirou muitos estudantes de graduação. Era, sobretudo, um grande “extensionista-universitário”. Foi, também, vice-diretor do CED na Gestão 1992-96, e, mais tarde, na Gestão 2008-2012, seu diretor por dois anos. Nessa última etapa, um problema de saúde forçou sua aposentadoria e sua relutante retirada da vida universitária e acadêmica.
Ultimamente, vivia na sua querida Santa Rosa de Lima, cuidando do seu “cantinho” e da casa que ele finalmente conseguiu ter, lendo, visitando e recebendo visitas dos amigos de verdade, em relações que soube construir. E, é claro, pregando suas ideias e insistindo nas articulações que vivia a fazer e que faziam a vida dele. Vida e articulações que farão muita falta!

Florianópolis, 11 de janeiro de 2018